Lucas 4:14-37
Jesus rejeitado em Nazaré
(Mt 4.12-17; 13.54-58; Mc 1.14-15; 6.1-6)
Então Jesus voltou para a Galileia, cheio do poder do Espírito Santo, e em breve era conhecido em toda aquela região. Ensinava nas sinagogas e todos o glorificavam.
Quando foi à aldeia de Nazaré, a terra da sua infância, dirigiu-se como de costume à sinagoga, no sábado, e levantou-se para ler as Escrituras. Deram-lhe o livro do profeta Isaías e abriu-o no lugar onde está escrito:
“O Espírito do Senhor está sobre mim,
porque ele me ungiu para levar boas novas aos pobres.
Enviou-me para anunciar a liberdade aos cativos
restituir a vista aos cegos,
pôr em liberdade os que estão oprimidos,
e para proclamar o tempo do favor de Deus.”4.19 Is 61.1-2; 58.6.
Fechando o livro, tornou a dá-lo ao assistente e sentou-se, enquanto todos na sinagoga o miravam atentamente. E começou por dizer: “Hoje se cumpriram estas Escrituras!”
Os que ali se achavam louvaram-no, admirados com as belas palavras que lhe saíam dos lábios. “Como pode ser isto?”, perguntavam. “Não é o filho de José?”
E ele disse mais: “Com certeza que me contarão aquele provérbio: ‘Médico, cura-te a ti mesmo!’ Como quem diz: ‘Porque não fazes aqui na tua própria cidade milagres iguais aos que fizeste em Cafarnaum?’ É realmente como vos digo: nenhum profeta é aceite na sua própria terra. Digo-vos com toda a verdade que havia muitas judias viúvas necessitadas em Israel, no tempo de Elias, porque havia três anos e meio que não chovia e a fome alastrava pela terra. E Elias não foi enviado por Deus a socorrer nenhuma outra viúva, senão a Zarefate, na terra de Sídon. E o profeta Eliseu apenas curou Naamã, o arameu, e não os muitos judeus leprosos que necessitavam de ajuda.”
Estas palavras provocaram a ira do auditório. Levantando-se, atacaram Jesus, levando-o até à beira do monte, sobre o qual a cidade se erguia, a fim de o empurrarem para o precipício. Ele, porém, atravessando pelo meio da multidão, deixou-os.
Jesus expulsa um espírito mau
(Mc 1.21-28)
Então Jesus foi para Cafarnaum, cidade da Galileia, e ensinava na sinagoga local todos os sábados. Também ali o povo se admirava do seu ensino, porque falava com autoridade.
Certa vez, estando a ensinar na sinagoga, estava ali presente um homem dominado pelo espírito de um demónio impuro, que começou a gritar: “Vai-te embora! Porque nos vens inquietar, Jesus de Nazaré? Vieste destruir-nos? Sei quem és: és o santo Filho de Deus!” Jesus, porém, impediu-o de falar. “Cala-te!”, disse ao demónio. “Sai dele!” O demónio atirou o homem ao chão, à vista da multidão, e deixou o homem, sem lhe fazer mais nenhum mal.
Tomados todos de pasmo, debatiam o sucedido uns com os outros. “Que há nas suas palavras que lhe dá autoridade e poder para que até os espíritos impuros lhe obedeçam e vão embora?”, perguntavam. A notícia do que ele tinha feito depressa se espalhou por toda a região.