Juízes 7:8-25, Juízes 8:1-35 OL

Juízes 7:8-25

Gedeão mandou recolher todos os jarros de barro e as trombetas que havia entre eles e enviou-os para casa, ficando apenas com os tais 300 homens.

O acampamento midianita ficava no vale, mesmo abaixo. Nessa noite, o Senhor disse a Gedeão: “Levanta-te! Manda formar os teus homens e ataca os midianitas, pois farei com que os derrotes. No entanto, se houver em ti ainda algum receio, desce primeiro ao acampamento inimigo; leva contigo o teu ajudante Purá; e escuta o que estão a dizer lá em baixo. Vais ver que isso te dará muito alento e desejo de atacar!”

Então ele e Purá desceram na escuridão até ao limite do acampamento, junto das sentinelas mais avançadas do inimigo. Encontravam-se ali os vastos exércitos de Midiã, de Amaleque e das outras nações orientais, concentrados por todo o vale, numa multidão compacta que lembrava uma praga de gafanhotos; parecia a areia da praia e eram incontáveis os seus camelos!

Gedeão aproximou-se; um homem tinha tido um sonho e contava-o ao camarada: “Sonhei com uma coisa muito estranha”, estava ele a dizer. “Um grande pão de cevada vinha rolando lá de cima, sobre o nosso acampamento, caía em cima das tendas e deitava-as abaixo!”

O outro soldado respondeu-lhe: “Podes ter a certeza de que esse teu sonho só pode ter um significado. É Gedeão, filho de Joás, o israelita, que vai chegar para massacrar todas as forças aliadas de Midiã!”

Quando Gedeão ouviu aquilo, tanto o sonho como a interpretação, louvou o Senhor. Regressou para junto dos seus homens e gritou-lhes: “Todos de pé! O Senhor vai usar-vos para derrotar estes grandes exércitos de Midiã!” Dividiu os 300 soldados em três grupos, deu a cada um dos homens uma trombeta e um jarro de barro com uma tocha acesa lá dentro. Depois explicou-lhes o seu plano: “Quando chegarmos às primeiras sentinelas do campo inimigo, façam todos como eu. Assim que me ouvirem, a mim e aos que estão comigo, soprar as trombetas, devem fazer o mesmo em volta de todo o acampamento e gritar: ‘Combatemos por o Senhor e por Gedeão!’ ”

Passava pouco da meia-noite e da altura do render das sentinelas, quando Gedeão e os cem que ficaram com ele chegaram ao limite do campo dos midianitas. Subitamente sopraram as trombetas e logo a seguir partiram os jarros que tinham na mão. Os outros duzentos fizeram imediatamente o mesmo, soprando as trombetas com a mão direita, levantando as tochas acesas com a outra e gritando: “Uma espada pelo Senhor e por Gedeão!” E ficaram a ver o que acontecia. Todo aquele imenso exército inimigo começou a andar às voltas, gritando de pânico e a fugir.

Enquanto os 300 homens tocavam as trombetas, o Senhor fez com que as tropas inimigas começassem a lutar entre si, matando-se uns aos outros, e isto duma ponta à outra do acampamento; muitos conseguiram fugir, correndo até Bete-Sita perto de Zerará e até à entrada de Abel-Meolá acima de Tabate. Gedeão mandou mensageiros às tropas de Naftali, Aser e Manassés para que perseguissem e destruíssem toda aquela gente do exército de Midiã que fugia. Mandou igualmente mensageiros pelas colinas de Efraim, convocando tropas para que ocupassem os baixios do Jordão, em Bete-Bará, para evitar que os midianitas passassem a pé para o outro lado e escapassem. Orebe e Zeebe, dois generais midianitas, foram capturados. Orebe foi morto junto ao rochedo de Orebe, e Zeebe foi morto no lagar de Zeebe. Os israelitas pegaram nas cabeças dum e doutro, atravessaram o Jordão e trouxeram-nas a Gedeão.

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Juízes 8:1-35

Gedeão persegue dois reis

Os chefes tribais de Efraim ficaram muito contrariados e perguntaram a Gedeão. “Porque não nos mandaste chamar quando foste lutar contra os midianitas?”

Gedeão respondeu-lhes: “Deus permitiu que fossem vocês a capturar Orebe e Zeebe, os generais do exército midianita. Que fizemos nós em comparação? As vossas ações na parte final do combate foram muito mais importantes do que as nossas no princípio!” E assim eles se acalmaram.

Entretanto, Gedeão tinha atravessado o Jordão com os seus 300 homens. Estavam todos muito cansados, mas continuavam a perseguir os inimigos. E pediram alimentos à gente de Sucote: “Estamos esgotados de energias, por andarmos a perseguir Zeba e Zalmuna, os reis de Midiã.”

Contudo, os líderes de Sucote retorquiram-lhes: “Porque devemos dar comida às vossas tropas, se ainda não apanharam Zeba e Zalmuna!”

Ao ouvir isto Gedeão avisou-os: “Pois então, quando o Senhor os entregar nas minhas mãos, regressarei aqui e hei de rasgar a vossa carne com espinhos e abrolhos do deserto.”

Depois foi a Penuel e pediu ali alimento, mas obteve a mesma resposta. A estes disse também: “Quando toda a campanha acabar, tornarei aqui e derrubarei esta torre.”

Por esta altura, esses tais reis midianitas, Zeba e Zalmuna, encontravam-se em Carcor com cerca de uns 15 000 soldados das suas tropas. Era tudo o que restava daqueles exércitos aliados do oriente, pois 120 000 tinham já sido mortos.

Então Gedeão contornou a zona onde estavam os fugitivos, indo pelo caminho das caravanas, a oriente de Noba e de Jogboa, caindo de surpresa sobre o que restava do exército midianita, que não estava a contar com aquele ataque. Os dois reis fugiram, mas Gedeão perseguiu-os e capturou-os, derrotando o exército inteiro. Algum tempo depois, Gedeão regressou pelo caminho de Heres. Ali prendeu um moço de Sucote e disse-lhe que escrevesse os nomes dos 77 chefes políticos e religiosos da cidade.

Depois disso, regressou a Sucote e disse àquela gente: “Vocês escarneceram de mim, dizendo que nunca haveria de apanhar os reis Zeba e Zalmuna e recusaram-me alimento numa altura em que estava extenuado e debilitado pela fome. Pois bem, aqui estão!” Então pegou nos chefes da cidade e deu-lhes uma lição com espinhos e abrolhos. Foi também a Penuel e deitou abaixo a torre da cidade, matando toda a população.

Gedeão perguntou a esses reis, Zeba e Zalmuna: “A gente que vocês mataram em Tabor, como é que eles eram?” Responderam-lhe: “Eram parecidos contigo, como filhos de reis!”

“Pois eram certamente os meus irmãos!”, exclamou Gedeão. “Tão certo como vive o Senhor, de que não vos mataria se não lhes tivessem tirado a vida.”

Seguidamente, voltando-se para Jeter, o seu filho mais velho, mandou que os matasse. No entanto, como o rapaz ainda era novinho, teve receio.

Zeba e Zalmuna disseram a Gedeão: “Mata-nos tu mesmo. Preferimos morrer às mãos dum homem!” E então Gedeão matou-os e guardou para si os ornamentos que estavam nos pescoços dos seus camelos.

O éfode de Gedeão

Os homens de Israel pediram-lhe que fosse o seu rei: “Sê o nosso governador! Tu, o teu filho e o teu neto, porque nos salvaste dos midianitas.”

Mas a resposta de Gedeão foi: “Eu não serei o vosso rei, nem tão-pouco o meu filho. O Senhor, sim, é o vosso rei! No entanto pretendo fazer-vos um pedido: deem-me todos os pendentes das orelhas dos nossos inimigos que guardaram do despojo.” Porque as tropas midianitas, sendo ismaelitas como eram, usavam pendentes de ouro.

“De boa vontade o faremos!” E logo estenderam ali uma capa onde toda a gente foi pôr os pendentes que tinha guardado. O valor total daquilo foi calculado nuns 20 quilos de ouro, sem contar os crescentes, as cadeias, os fatos reais em púrpura e os ornamentos dos pescoços dos camelos. Gedeão fez um éfode com todo aquele ouro e pô-lo em Ofra, a sua própria cidade. Em breve Israel começou a prestar-lhe adoração, voltando as costas a Deus. Isto veio a ser a ruína de Gedeão e de sua família.

A morte de Gedeão

Esta é a narrativa de como Midiã foi subjugado por Israel. Os midianitas nunca mais levantaram a cabeça e a terra permaneceu em paz por 40 anos; ou seja, todo o tempo de vida de Gedeão. Este viveu sempre na sua própria casa; chegou a ter 70 filhos, pois teve muitas mulheres. Teve igualmente uma concubina em Siquem que lhe deu um filho de nome Abimeleque. Quando faleceu era já muito velho e foi posto no sepulcro do seu pai Joás em Ofra, na terra dos abiezritas.

No entanto, logo que Gedeão morreu, os israelitas começaram a adorar os ídolos de Baal e de Baal-Berite. Deixaram de considerar o Senhor como o seu Deus, ainda que tivesse sido ele quem os salvou de todos os inimigos ao redor. Tão-pouco mostraram bondade alguma para com a família de Jerubaal, apesar de todo o bem que fez por eles.

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