Esdras 4:6-24, Esdras 5:1-17 OL

Esdras 4:6-24

Posteriormente, quando o rei Assuero começou a reinar, escreveram-lhe uma carta de acusação contra o povo de Judá e de Jerusalém. Fizeram o mesmo durante o reinado de Artaxerxes; Bislão, Mitredate, Tabeel e seus companheiros escreveram-lhe uma carta em aramaico, que foi traduzida para que o rei a compreendesse. Outros que participaram nesta ação acusatória, junto do rei Artaxerxes, foram o governador Reum, Simsai, secretário de administração, vários juízes, chefes locais, homens persas, indivíduos da Babilónia, de Ereque e os elamitas de Susã. Tinham sido trazidos das suas terras pelo grande e afamado Osnapar e instalados em Jerusalém, Samaria e noutras terras a ocidente do Eufrates.

É este o texto da referida carta.

Majestade,

Saudações te enviam os teus leais súbditos a ocidente do rio Eufrates.

Permite-nos informar-te que os judeus, enviados da Babilónia para Jerusalém, estão a reconstruir esta cidade rebelde e malvada; já reconstruíram as muralhas e refizeram os alicerces do templo.

Por isso, pretendemos que fiques a saber que se esta cidade for reconstruída, não será para teu benefício, pois os judeus não pagarão impostos nem as taxas devidas. Somos súbditos reconhecidos da administração real, por isso não vemos com bons olhos a desonra do rei, e resolvemos avisar-te. Sugerimos que mandes investigar as antigas crónicas, para verificar o quanto esta cidade foi contenciosa no passado; foi mesmo destruída por causa da sua longa história de sedição contra os reis e as nações que procuravam controlá-la. Queremos informar-te que, se esta cidade for reconstruída e as suas muralhas fechadas, o melhor será esqueceres-te do teu império para cá do Eufrates, pois perdê-lo-ás.

O rei mandou esta resposta.

Ao governador Reum e ao secretário Simsai, assim como aos seus companheiros que vivem na Samaria e em toda a área a ocidente do Eufrates.

Paz!

A carta que me enviaram foi traduzida e lida perante mim. Ordenei uma pesquisa às crónicas antigas e verifiquei, na verdade, que Jerusalém foi nos tempos passados um foco de insurreição contra muitos reis; com efeito, a sedição e a rebelião eram coisa habitual ali. Houve, no entanto, reis notáveis em Jerusalém que chegaram a ter domínio sobre toda a terra para além do Eufrates, recebendo avultados tributos, cobrando direitos e rendas. Dados os factos, ordeno que essa gente pare o trabalho, a fim de que essa cidade não venha a ser reconstruída até que eu autorize. Que a minha ordem seja cumprida estritamente, pois não posso permitir que haja prejuízo contra os interesses do rei.

Quando esta carta chegou às mãos de Reum e de Simsai, foram a correr a Jerusalém e forçaram os judeus a parar as obras.

Dessa maneira, os trabalhos foram suspensos até ao segundo ano do reinado de Dario, rei da Pérsia.

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Esdras 5:1-17

A carta de Tatenai a Dario

Houve profetas em Jerusalém e em Judá, nesse tempo, Ageu e Zacarias, filho de Ido, que trouxeram mensagens da parte do Deus de Israel, dirigidas a Zorobabel, filho de Sealtiel, e a Josué, filho de Josadaque, encorajando-os a retomar a obra de reconstrução, o que eles fizeram com o apoio dos profetas.

Contudo, Tatenai, o governador das terras a ocidente do Eufrates, e Setar-Bozenai, com os seus associados, vieram até Jerusalém e perguntaram: “Quem vos deu licença para reconstruir este templo e para acabar estas muralhas?” Pediram ainda uma lista de todos os homens que trabalhavam nas obras do templo. Mas como os olhos de Deus estavam sobre os líderes dos judeus, não foram impedidos de trabalhar até que um relatório fosse enviado a Dario e dele se recebesse uma decisão oficial a respeito do assunto.

Eis a carta que o governador Tatenai, Setar-Bozenai e os outros funcionários enviaram ao rei Dario:

Para o rei Dario:

Muita paz para ti!

Queremos informar-te que fomos até às obras de reconstrução do templo do grande Deus de Judá; está a ser feita com grandes pedras e muita madeira; também as muralhas estão a ser levantadas; toda a obra avança com precisão e eficácia.

Perguntámos aos seus responsáveis quem lhes tinha dado licença para aquilo. Tomámos igualmente nota dos seus nomes, para os dar a conhecer a Dario.

Responderam-nos:

“Somos servos do Deus dos céus e da Terra; estamos a reconstruir o templo que aqui existia há séculos atrás e que foi levantado por um grande rei de Israel. Mais tarde, os nossos antepassados irritaram o Deus dos céus, que os abandonou e deixou que o rei Nabucodonozor destruísse este templo e exilasse a população para a Babilónia.

Insistiram também que o rei Ciro da Babilónia, no primeiro ano do seu reinado, publicara um decreto em como o templo deveria ser reconstruído. Garantem ainda que o rei Ciro devolveu os recipientes de ouro e prata que Nabucodonozor levara do templo de Jerusalém, para os colocar no templo da Babilónia. Esses vasos foram entregues à guarda de um homem chamado Sesbazar, a quem o rei Ciro nomeou governador de Judá. Ele tinha o encargo de trazer de volta esses objetos preciosos até Jerusalém e de promover a reconstrução do templo de Deus que antes ali existia.

Foi assim que Sesbazar deu início aos trabalhos dos alicerces do templo em Jerusalém; o povo tem-se dedicado a essa obra, desde então, ainda que não esteja acabada.”

Rogamos-te, pois, que mandes inquirir nos arquivos da Babilónia se é verdade que o rei Ciro emitiu tal decreto, e que depois possamos saber qual a tua decisão quanto a este assunto.

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