Ezequiel 22:23-31, Ezequiel 23:1-49 OL

Ezequiel 22:23-31

A palavra do Senhor veio novamente a mim, dizendo: “Homem mortal, diz ao povo de Israel: No dia da minha indignação vocês serão como uma terra desértica e selvagem, ou como um deserto que nunca sabe o que é chuva. Os seus profetas conspiram contra o povo como leões preparando o salto sobre a presa. Devoram almas, apoderam-se de fortunas, extorquem tudo que é bom. Multiplicam as viúvas na terra. Os sacerdotes violam a minha Lei, profanam as minhas coisas santas; não fazem diferença entre o que é santo e o que é profano. As coisas de Deus não passam, para eles, de vulgares tarefas diárias. Não sabem discernir entre o que é cerimonialmente limpo e o que não é. Desprezam os meus sábados. E dessa forma o meu santo nome é profanado no meio deles. Os seus líderes são como lobos que arrebatam as vítimas; são capazes de destruir vidas só para conseguirem determinados lucros. Os seus pretensos profetas descrevem visões que nunca tiveram e pregam falsas mensagens que afirmam ter recebido do Senhor Deus, quando o Senhor, afinal, nunca lhes comunicou uma só palavra que fosse. É como se se pusessem a reparar um muro que está a cair, caiando-o! Oprimem mesmo os pobres e roubam os necessitados; exploram cruelmente os estrangeiros.

Em vão procurei alguém que estivesse a tapar e a reconstruir o muro da justiça, que proteja a terra, que estivesse nas brechas, prevenindo-os das minhas justas intenções de os destruir, mas não encontrei ninguém! Por isso, diz o Senhor Deus: Derramarei a minha ira sobre eles; consumi-los-ei com o fogo da minha ira. Sobre eles recai o castigo completo de todos os seus pecados.”

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Ezequiel 23:1-49

As duas irmãs de má conduta

Veio a mim novamente a palavra do Senhor. “Homem mortal, havia duas irmãs, filhas da mesma mãe. Em novas tornaram-se prostitutas no Egito e naquelas terras viram seus corpos serem tocados lascivamente; ali os seus seios foram afagados e acariciados pela primeira vez. A mais velha chamava-se Oolá e a outra Oolibá. A primeira corresponde a Samaria e a segunda a Jerusalém. Casei com elas e deram-me filhos e filhas.

Mas depois Oolá voltou-se para a prostituição e deixou-me; deu o seu amor aos soldados e oficiais assírios, seus vizinhos. Todos eles eram homens atraentes, jovens comandantes militares e magistrados, que se vestiam de um vistoso azul e pavoneavam nos seus cavalos. E assim ela pecou com eles, que eram a fina flor da Assíria, e adorou os seus ídolos; depravou-se inteiramente. Porque quando deixou o Egito, não abandonou a sua inclinação para a prostituição, antes se manteve tão licenciosa como em jovem, quando os egípcios a cobriam com toda a sua lascívia e a corrompiam moralmente.

Por isso, entreguei-a nas mãos dos seus amantes assírios por quem ela tanto ardia de paixão. Então despiram-na, mataram-na e levaram-lhe os filhos como escravos. O nome dela ficou conhecido por todas as mulheres da Terra como o de uma pecadora que recebeu a justa recompensa do seu pecado.

Oolibá, apesar de ter visto o que aconteceu à irmã, continuou a viver da mesmíssima maneira, e até pecou ainda mais do que ela. Também aliciou os soldados e oficiais assírios, os tais jovens elegantes, vestidos com primor, oficiais do exército e magistrados nos seus belos uniformes, tudo gente atraente. Vi então o caminho que ela seguia, indo precisamente atrás daquilo que fez a irmã perder-se.

Na verdade, esta foi até mais impudica do que Samaria; chegou a ficar apaixonada por imagens que viu pintadas nas paredes! Pinturas de oficiais do exército caldeu, muito aprumados nos seus uniformes vermelhos; apertados nos seus cinturões, cobertos com belos turbantes militares; todos com aparência de príncipes, homens babilónios, nascidos na Caldeia. Quando viu aquelas figuras não teve outra ideia senão entregar-se completamente àqueles homens; e assim mandou mensageiros à Caldeia para os convidar a virem ter com ela. Os homens vieram e adulteraram com ela na sua cama de amores e contaminaram-na com a sua luxúria. Mas depois disso passou a odiá-los e cortou todas as relações com eles.

Assim, abandonei-a tal como tinha já abandonado a irmã, por ter andado atrás daquela gente, entregando-se à luxúria. Mas parece que isso não a aborreceu; lançou-se em prostituições ainda maiores, como quando era uma jovem prostituta no Egito. Encheu-se de desejos por aqueles amantes sensuais, de membros desmesurados como os de jumentos e desenfreados como cavalos. E assim comemoraste esses dias passados em que, ainda uma rapariga, deste a tua virgindade a essa gente do Egito.

Agora o Senhor Deus diz que levantará contra ti, Oolibá,23.22 Isto é, Jerusalém. essas mesmas nações de quem depois te desgostaste e elas te cercarão por todos os lados. Na verdade, os babilónios hão de vir, assim como os caldeus de Pecode, Soa, e Coa, e todos os filhos da Assíria com eles, mancebos atraentes de alta estirpe, montados garbosamente nos seus cavalos. Virão contra ti do lado do norte com carros de combate e um grande exército, completamente apetrechados para o combate. Cercar-te-ão por todos os lados com os seus soldados e deixarei que façam contigo o que bem entenderem. Tens contra ti a minha indignação e tratar-te-ei sem tolerância. Hão de cortar-te o nariz e as orelhas. Os que sobreviverem dessa matança acabarão por morrer com os outros. Os teus filhos serão levados como escravos. Tudo será destruído pelas chamas. Despojar-te-ão das tuas belas roupas e joias. Porei, enfim, um freio à lascívia e prostituição que trouxeste do Egito; não mais terás saudades do Egito e dos seus deuses.

Porque o Senhor Deus diz: Certamente te entregarei aos teus inimigos, àqueles que detestavas. Tratar-te-ão com raiva, roubar-te-ão tudo o que tens e ficarás sem nada e nua. As vergonhas das tuas prostituições serão do conhecimento de todo o mundo. Tudo isto trouxeste tu própria sobre ti, por te teres prostituído com as nações à tua volta, corrompendo-te com todos os seus ídolos. Seguiste precisamente as pisadas da tua irmã, por isso, te darei a beber o mesmo cálice de castigo que dei a ela.

Sim, as tragédias que caíram sobre ela também desabarão sobre ti, e essa taça que ela foi obrigada a beber era funda e estava cheia. O mundo inteiro se rirá de ti por causa dos teus males. Cambalearás como se estivesses embriagada sob tremendos golpes de amargura e de espanto, como aconteceu com tua irmã Samaria. Numa profunda angústia beberás até à última gota a taça de terror e rasgarás os teus próprios seios. Sou eu próprio quem o anuncia, diz o Senhor Deus!

Portanto, assim diz o Senhor Deus: Visto que se esqueceram de mim e me voltaram as costas, terão de suportar totalmente as consequências do vosso pecado.”

O Senhor disse-me ainda: “Homem mortal, terás de acusar Oolá e Oolibá de tudo o que de abominável praticaram. Cometeram adultérios e assassínios; adoraram ídolos e mataram os filhos que me tinham gerado, sacrificando-os pelo fogo nos seus altares. Ao mesmo tempo, profanaram o meu templo e ignoraram os meus sábados. Porque quando sacrificavam os seus filhos perante os ídolos, nessas mesmas ocasiões, iam ao meu templo para o profanarem! É esse o respeito que têm por mim!

Chegaram a mandar emissários para chamar de terras distantes outros homens; eles vieram e foram muito bem recebidos! Para essa ocasião preparaste-te com toda a atenção, desde um banho cuidadoso, passando pelos cosméticos para te realçarem o rosto e os olhos, até às finas joias com que te adornaste. Sentaste-te numa cama luxuosa e perfumaste o quarto, pondo do meu incenso e do meu óleo sobre uma mesa.

Quem estava do lado de fora ouvia sair do teu quarto a barulheira de grande festança; o barulho de gente licenciosa e devassa, que vinha lá do deserto, e que adornava com braceletes os braços das mulheres e colocava belas coroas nas suas cabeças. Então disse eu a respeito da que fora completamente destruída pelos adultérios aos quais se entregou, irão eles prostituir-se ainda mais com ela? Foram mesmo. Tomaram-nas, a Oolá e Oolibá, essas prostitutas desavergonhadas, com o à-vontade de homens devassos que visitam qualquer mulher infame. Pessoas retas, em toda a parte, julgá-las-ão por aquilo que realmente são, adúlteras e assassinas. Serão sentenciadas nos termos exatos da lei que transgrediram.

Diz o Senhor Deus: Trarei contra elas um exército que as saqueará e esmagará. Os seus inimigos as apedrejarão e matarão à espada; os seus filhos e filhas serão cruelmente degolados e suas habitações feitas em cinza.

Será assim que hei de pôr um fim a toda a devassidão e idolatria desta terra, para que todas as mulheres fiquem advertidas e não se deixem seduzir e influenciar pelo vosso mau exemplo. Serão castigados justamente por essa grande idolatria, por esse culto libertino aos ídolos. Receberão o castigo, sem a menor tolerância. E saberão que só eu sou o Senhor Deus!”

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