Deuteronómio 4:15-49, Deuteronómio 5:1-33 OL

Deuteronómio 4:15-49

A idolatria é proibida

Mas atenção! Nunca chegaram a ver qualquer forma de Deus, nesse dia em que o Senhor vos falou desde aquelas labaredas no monte Horebe; por isso, não se enganem a vós mesmos, nem se deixem corromper tentando fazer alguma imagem de Deus ou um ídolo, sob que forma for, seja de homem ou de mulher, de animal quadrúpede ou de ave, de réptil ou de peixe. Nunca levantem os vossos olhos para o firmamento, a fim de adorar o Sol ou a Lua ou as estrelas, pois o Senhor, vosso Deus, deu-os a todos os povos debaixo dos céus. O Senhor libertou-vos da fornalha de ferro do Egito para que sejam um povo seu, especial, que lhe pertença em particular; isto mesmo é o que vocês são agora.

Contudo, o Senhor irou-se comigo, por vossa causa, e prometeu que eu não atravessaria o rio Jordão para a boa terra que o Senhor, vosso Deus, vos dá como possessão. Por isso, devo morrer no lado de cá do rio, mas vocês hão de atravessá-lo e hão de tomar posse daquela terra maravilhosa. Tenham cuidado e não se esqueçam da aliança que o Senhor, vosso Deus, fez convosco! Uma forma de a anularem será fazerem imagens de ídolos de qualquer espécie, visto que o Senhor, vosso Deus, o proibiu de uma forma muito clara. O Senhor, vosso Deus, é cioso; é como um fogo devorador.

No futuro, quando os vossos filhos e netos, os vossos descendentes, tiverem nascido na terra onde se vão instalar, quando já tiver passado bastante tempo depois de terem ocupado a terra, quando começarem a corromper-se, modelando e talhando ídolos, e o Senhor, vosso Deus, ficar muito encolerizado por causa do vosso pecado, os céus e a Terra são testemunhas de como serão rapidamente destruídos e postos fora da terra. Daqui a pouco irão atravessar o rio e tomar a terra, mas os dias que ali viverem não serão muito prolongados; serão duramente aniquilados. O Senhor vos espalhará entre as outras nações e ficarão reduzidos em número. Lá nessas terras bem distantes, prestarão culto a ídolos, feitos meramente de madeira e de pedra, ídolos que não podem nem ver, nem ouvir, nem comer, nem cheirar!

Então começarão a procurar o Senhor, o vosso Deus, e hão de encontrá-lo, quando o procurarem com todo o vosso coração, com toda a vossa alma. Quando esses tempos amargos caírem sobre vocês, nesse futuro que há de vir, então finalmente hão de voltar-se para o Senhor, vosso Deus, e ouvir o que ele vos disse. Porque o Senhor, vosso Deus, é misericordioso, não vos abandonará, nem vos destruirá totalmente, nem se esquecerá da aliança que fez com os vossos antepassados e que jurou cumprir.

O Senhor é Deus

Em toda a história da humanidade, desde o tempo em que Deus criou o homem sobre a Terra, procurem de uma ponta à outra do mundo, se podem encontrar alguma coisa semelhante a isto: uma nação inteira ouvir a voz de Deus a falar do meio do fogo, como aconteceu convosco, e continuar a viver! Que outro exemplo se poderá achar semelhante a este, em que Deus tira um povo da escravidão, enviando contra os que o dominavam terríveis pragas, poderosos milagres, guerra e terror? E foi isso que o Senhor, vosso Deus, fez por vocês no Egito, mesmo perante os vossos olhos.

Ele fez tudo isso para que se dessem conta de que o Senhor é Deus e de que não há outro semelhante a ele. Fez com que ouvissem a sua voz, instruindo-vos desde os céus; mostrou-vos o seu tremendo fogo sobre a Terra; escutaram mesmo as palavras proferidas pelo próprio Deus de dentro desse fogo. Foi porque amou os vossos antepassados, e porque decidiu abençoar os seus descendentes, que Deus, com a sua presença, vos trouxe para fora do Egito, numa grande demonstração do seu poder. Lançou fora, na vossa frente, outras nações muito mais poderosas e deu-vos as suas terras como propriedade, o que aliás se está a cumprir agora.

Esta é a ideia maravilhosa que deverá ocupar o vosso pensamento: que Senhor é Deus tanto nos céus como na Terra; não há outro além dele. Terão de obedecer a estas leis que hoje vos transmito, para que tudo vos vá bem, a vocês e aos vossos filhos, e para que vivam para sempre nesta terra que o Senhor, vosso Deus, vos dá.

Cidades de refúgio

(Nm 35.6-34; Dt 19.1-14; Js 20.1-9)

Então Moisés ordenou ao povo de Israel que pusesse de parte três cidades na parte nascente do rio Jordão, nas quais alguém que tivesse acidentalmente matado outra pessoa pudesse refugiar-se. Estas povoações foram Bezer, no planalto do deserto, para a tribo de Rúben; Ramote, em Gileade, para a tribo de Gad; e Golã, em Basã, para a tribo de Manassés.

Introdução à Lei

Segue-se a Lei que Moisés deu ao povo de Israel, mandamentos, leis e preceitos que Moisés lhes transmitiu, depois de terem deixado o Egito, enquanto estavam acampados na margem oriental do rio Jordão, perto da cidade de Bete-Peor. Esta foi a terra antes ocupada pelos amorreus, sob o domínio do rei Siom, e cuja capital era Hesbom; tanto este como o seu povo foram destruídos por Moisés, pelos israelitas. Israel conquistou não só esta terra, como também a do rei Ogue de Basã; aliás, os dois reis eram amorreus desse lado do Jordão. Israel tomou também todo o território desde Aroer, no limite da depressão do ribeiro de Arnom, até ao monte Siom, que é o Hermon; assim como todo o oriente, com Arabá a nascente do Jordão, até ao mar Salgado, sob as ravinas do monte Pisga.

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Deuteronómio 5:1-33

Os dez mandamentos

(Êx 20.1-17)

Moisés continuou a falar ao povo de Israel e disse-lhes: Ouçam agora cuidadosamente todas estas leis que Deus vos deu. Retenham-nas e nunca deixem de as cumprir! O Senhor, nosso Deus, fez uma aliança connosco no monte Horebe. Reparem bem que não foi com os vossos pais que essa aliança foi estabelecida, mas connosco, os que estamos vivos agora. Falou convosco face a face no meio do fogo lá na montanha. Eu fui intermediário entre vocês e o Senhor, para vos anunciar a palavra do Senhor, porque vocês estavam aterrorizados com todo aquele braseiro e não subiram o monte. Foi isto o que ele disse:

“Eu sou o Senhor, o teu Deus, que te libertou da escravidão do Egito.

Não prestes culto a outros deuses senão a mim.

Não faças imagens nem esculturas de ídolos: seja do que for que viva no céu, na Terra ou nos mares. Não te inclines perante elas, nem lhes prestes adoração. Porque eu sou o Senhor, teu Deus. Não admito partilhar o culto com outros deuses e castigo a maldade dos que me desprezam, até à terceira e quarta geração. Mas dispenso o meu amor sobre milhares dos que me amam e me obedecem.

Não faças uso do nome do Senhor, teu Deus, de uma forma irreverente. Não escaparás ao castigo se o fizeres.

Respeita o dia de sábado como um dia santo, conforme o Senhor, teu Deus, te ordenou. Durante seis dias trabalharás, e neles realizarás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus. Nesse dia não farás qualquer trabalho; nem os teus filhos, nem os teus servos, nem o teu boi ou burro ou qualquer dos teus animais, nem os estrangeiros que vivem contigo, para que os teus servos repousem como tu. Não te esqueças que foste escravo no Egito, donde o Senhor, teu Deus, te tirou com o seu poderoso e forte braço. E assim te ordenou que guardasses o sábado.

Honra o teu pai e a tua mãe, como o Senhor, teu Deus, te ordenou, para que tenhas uma longa vida na terra que o Senhor, teu Deus, te dá e tudo te vá bem.

Não mates.

Não adulteres.

Não roubes.

Não profiras uma falsa acusação contra outra pessoa.

Não cobices a mulher do teu próximo. Não cobices a casa do teu próximo, nem o seu campo, nem o seu servo ou a serva, o gado e os animais de carga, ou qualquer outra coisa que lhe pertença.”

O povo teme ouvir a voz de Deus

(Êx 20.18-21; Dt 18.15-16)

São estas as palavras que vos dirigiu o Senhor desde o interior do fogo, com grande voz, rodeado pelas nuvens e pela espessa escuridão que envolvia o Sinai. Foram estes os únicos mandamentos que vos deu nessa altura; escreveu-os em duas placas de pedra que me entregou.

Contudo, quando ouviram a forte voz vinda da escuridão, e viram todo aquele terrível fogo ardendo no cimo da montanha, todos os chefes das vossas tribos e os vossos anciãos se chegaram junto a mim, rogando: “Hoje vimos a glória e a grandeza do Senhor, nosso Deus, e ouvimos a sua voz saindo do meio do fogo. Sabemos agora que Deus pode falar ao homem, sem que este tenha de morrer. Contudo, morreremos certamente se voltar a falar connosco, porque este fogo tremendo acabará por nos consumir. Qual é o ser humano que pode ouvir, como nós ouvimos, a voz do próprio Deus vivo, falando-nos do interior das labaredas e continuar com a viver? Vai tu, escuta tudo o que o Senhor, nosso Deus, te disser e vem depois comunicá-lo a nós. Prestaremos atenção e obedeceremos a tudo.”

O Senhor aceitou o vosso requerimento e disse-me: “Ouvi o que o povo te disse e estou de acordo. Quem dera tivessem sempre um coração inclinado para mim, desejoso de obedecer aos meus mandamentos! Tudo iria bem para eles no futuro, e para os seus descendentes, por todas as gerações vindouras!

Vai então e diz-lhes que voltem para as tendas. Tu, porém, ficarás junto de mim, enquanto te der todos os meus mandamentos, os quais ensinarás ao povo, para que os cumpram na terra que lhes der.”

Por isso, deverão obedecer a todos os mandamentos do Senhor, vosso Deus, seguindo as suas diretivas em cada detalhe; seguindo decididamente no caminho que vos traça, sem se desviarem nem para um lado nem para o outro. Só assim terão uma vida longa e próspera na terra que vão possuir.

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