1 Reis 9:10-28, 1 Reis 10:1-29, 1 Reis 11:1-13 OL

1 Reis 9:10-28

Outros feitos de Salomão

(2 Cr 8.1-18)

Tinham-se passado 20 anos desde que Salomão se tornara rei e os seus grandes projetos de construção, como o templo e o palácio real, estavam concretizados. O soberano deu vinte cidades da Galileia ao rei Hirão de Tiro em pagamento de toda a madeira de cedro e de faia e de todo o ouro que este lhe tinha fornecido para as referidas construções. Hirão deslocou-se desde Tiro para visitar as cidades e não ficou nada contente com elas. “Que negócio é este, meu irmão?”, perguntou ele. “Estas povoações não passam de montes de areia seca!” Por isso, ainda hoje são conhecidas por Terra de Cabul (sem valor). É que Hirão tinha enviado a Salomão 4000 quilos de ouro.

Salomão tinha imposto o trabalho obrigatório para construir o templo, o seu palácio, a fortaleza de Milo, a muralha de Jerusalém e as cidades de Hazor, Megido e Gezer. Esta última, a cidade de Gezer, tinha sido conquistada e incendiada pelo rei do Egito que matou toda a sua população de cananeus; mais tarde deu-a em dote à sua filha, quando ela se casou com Salomão. Assim, Salomão reconstruiu Gezer, ao mesmo tempo que povoações como Bete-Horom de Baixo, Baalate e Tadmor, a cidade do deserto. Construiu igualmente povoações para depósito de abastecimentos e outras onde os seus carros de combate e os cavalos eram guardados. Construiu tudo quanto desejou em Jerusalém, no Líbano e por todo o seu reino.

O povo recrutado para tributo de trabalho obrigatório foi o que sobreviveu dos países conquistados: amorreus, hititas, perizeus, heveus e jebuseus, gente que não era do povo de Israel. Porque o povo de Israel não tinha sido capaz de os expulsar completamente, quando da conquista da terra de Israel, e por isso se mantem ainda hoje a prática de obrigar o tributo de trabalho obrigatório. Salomão não recrutou nenhum israelita para esta obra; estes foram chamados como soldados, oficiais do exército, comandantes de companhias de carros de combate e de cavalaria. Além disso, havia 550 homens de Israel com a função de fiscais dos trabalhos.

O soberano fez a filha do Faraó mudar os seus aposentos da Cidade de David, o sector antigo de Jerusalém, para o novo palácio que lhe construíra. Depois mandou construir a fortaleza de Milo.

Após a conclusão do templo, Salomão oferecia holocaustos e ofertas de paz três vezes por ano no altar que construíra. Também queimava incenso sobre ele.

O soberano tinha também um estaleiro naval em Eziom-Geber, perto de Elote, no mar Vermelho na terra de Edom, onde mandou construir uma armada de navios. O rei Hirão forneceu marinheiros experimentados para acompanharem as tripulações de Salomão. Estas fizeram viagens a Ofir, trazendo 14 toneladas de ouro para o rei Salomão.

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1 Reis 10:1-29

A visita da rainha de Sabá

(2 Cr 9.1-12)

Ouvindo a rainha de Sabá toda a fama de Salomão e como o Senhor lhe tinha dado tantas qualidades, resolveu vir apresentar-lhe pessoalmente algumas questões bastante complexas para ver a resposta que daria. Chegou a Jerusalém com uma grande comitiva e muitos camelos carregados de especiarias, ouro e joias, e colocou-lhe as questões que entendeu. Salomão a tudo respondeu; nada se revelou demasiado difícil para ele; deu-lhe sempre a resposta exata. Ela depressa se deu conta de que tudo o que lhe tinham dito, quanto à sua grande sabedoria, era verdadeiro. Pôde igualmente constatar a beleza do seu palácio. Quando viu os ricos pratos que vinham à mesa, o grande número de criados a servir nos seus belos uniformes, os copeiros e os inúmeros holocaustos que oferecia pelo fogo ao Senhor, ficou como que fora de si, de espanto!

A rainha disse a Salomão: “O que ouvi no meu país, acerca da tua sabedoria e das belíssimas coisas que aqui há, é tudo verdade. Antes de chegar não podia acreditar, mas agora, eu própria pude verificar tudo isso com os meus próprios olhos. O que me tinham contado não correspondia sequer a metade da realidade! A tua sabedoria e a tua riqueza são, de longe, maiores do que aquilo que tinha ouvido! O teu povo é feliz, o pessoal do teu palácio está satisfeito, e não podia ser de outra forma, se vivem constantemente a ouvir a tua sabedoria! Bendito seja o Senhor, o teu Deus, que te escolheu e te colocou sobre o trono de Israel. O amor do Senhor por Israel é eterno, por isso, lhe deu um rei como tu! E tu ofereces ao teu povo uma governação justa e boa!”

Depois deu ao rei um presente de 4000 quilos de ouro e uma enorme quantidade de especiarias e de pedras preciosas. Nunca se viu em Israel tantas e tais especiarias como as que ofereceu a rainha de Sabá a Salomão.

Quando os navios do rei Hirão trouxeram a Salomão ouro de Ofir, também carregaram um grande fornecimento de pedras preciosas e madeira de sândalo. A madeira, usou-a o rei para a casa do Senhor e para o palácio real, e para fabricar instrumentos, como harpas e liras para acompanharem os cantores. Nunca antes nem depois se viu tanta quantidade desta bela madeira.

Em troca dos presentes recebidos, o rei Salomão ofereceu à rainha de Sabá tudo o que ela lhe pediu, além dos presentes que já tinha planeado ofertar-lhe. Depois disso, regressou à sua terra com o seu séquito e aqueles que a serviam.

O esplendor de Salomão

(2 Cr 1.14-17; 9.13-28)

Todos os anos Salomão recebia 23 toneladas de ouro. Além disso, recebia as taxas e os benefícios dos negócios que fazia com reis da Arábia e com outros territórios daquela região.

Salomão mandou fazer, com parte desse ouro, 200 peças de armadura, pesando cada uma 7 quilos. E ainda 300 escudos, tendo mandado pesar para cada um aproximadamente 3,5 quilos de ouro. Conservou-os no Salão da Floresta do Líbano.

Também mandou construir um enorme trono de marfim e revesti-lo de ouro puro. Tinha seis degraus e um espaldar com descansos para os braços e um leão de cada lado. Nos degraus havia igualmente dois leões, de cada lado, ao todo doze. Não havia no mundo outro trono tão deslumbrante como aquele.

Todas as taças que o rei Salomão usava eram de ouro puro e no Salão da Floresta do Líbano todo o serviço de jantar era feito em ouro. Não se usava prata, porque nesse tempo não tinha muito valor.

A frota comercial do rei Salomão e do rei Hirão trazia, de três em três anos, um grande fornecimento de ouro, prata e marfim, e também de macacos e pavões, que chegava aos portos de Israel.

Desta forma, o rei Salomão era o mais rico e o mais sábio de todos os reis da Terra. Pessoas de várias terras vinham visitá-lo e ouvir da sua boca a sabedoria que Deus lhe pusera no coração. Traziam-lhe igualmente, todos os anos, presentes em prata e ouro, armas, rico vestuário, especiarias, cavalos e mulas.

Organizou uma enorme força militar com 1400 carros de combate e recrutou 12 000 cavaleiros, para formarem uma guarda de proteção às cidades onde ficaram depositados os carros, ainda que alguns tivessem ficado em Jerusalém, sob o controlo direto do rei. Naqueles dias, o rei tornou a prata tão abundante como as pedras em Jerusalém; o cedro também não tinha muito mais valor do que a madeira de uma simples figueira brava de planície. Salomão enviou ao Egito especialistas no comércio de cavalos para comprarem manadas inteiras a preços especiais. Por esse tempo, os carros egípcios eram vendidos por 7 quilos de prata e os cavalos por cerca de 1,7 quilos de prata, e entregues em Jerusalém. Muitos eram posteriormente vendidos a reis hititas e arameus.

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1 Reis 11:1-13

As mulheres de Salomão

O rei Salomão casou com muitas mulheres estrangeiras, além da princesa egípcia. Muitas delas vieram de nações onde se adoravam ídolos: Moabe, Amon, Edom, Sídon e dos hititas. O Senhor tinha dado instruções expressas ao seu povo para que não casasse com pessoas dessas nações, porque as mulheres com quem casassem haveriam de levá-los adorar os seus deuses. Apesar disso, Salomão deixou-se levar pelo amor a essas mulheres. Teve setecentas mulheres de sangue real e trezentas concubinas. Elas foram, sem dúvida, responsáveis por ter desviado o seu coração do Senhor. Especialmente já no tempo da sua velhice, levando-o a adorar os seus deuses em vez de confiar inteiramente no Senhor, seu Deus, como fizera o seu pai David. Salomão prestou culto a Astarote, deusa dos sidónios, e a Milcom, o abominável deus dos amonitas.

Dessa forma, Salomão fez o que era mau aos olhos do Senhor, recusando-se a seguir o Senhor, ao contrário do seu pai David. Chegou mesmo a construir um santuário pagão no monte das Oliveiras, do outro lado do vale em frente a Jerusalém, dedicado a Quemós, o abominável deus de Moabe, e um outro a Moloque, o igualmente abominável deus dos amonitas. Salomão construiu templos para que as suas mulheres estrangeiras oferecessem incenso e sacrifícios aos seus deuses.

O Senhor irou-se muito contra Salomão, pois o rei deixou de se interessar pelo Senhor, Deus de Israel. Tinha-lhe aparecido duas vezes para o avisar especificamente contra o perigo de prestar culto a outros deuses e ele fechou os seus ouvidos. Por isso, o Senhor lhe disse: “Visto que não guardaste a minha aliança e não obedeceste às minhas leis, tirarei de ti o reino e da tua família e dá-lo-ei ao teu servo. Contudo, por amor do teu pai David não o farei enquanto viveres. O reino será tirado ao teu filho. Mesmo assim permitirei que seja rei de uma tribo, por amor de David e de Jerusalém, a minha cidade escolhida.”

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