1Oh! Se ao menos fosses meu irmão!
Poder-te-ia beijar à vontade!
Fosse quem fosse que estivesse a olhar,
não haveria de rir-se de mim.
2Trazer-te-ia para a casa da minha mãe,
aquela que me ensinou.
Dar-te-ia a beber vinho aromático
e mosto das minhas romãs.
3Pôr-me-ias a mão esquerda debaixo da cabeça
e com a direita me abraçarias.
4Conjuro-vos, filhas de Jerusalém,
não acordem o meu amor, até que ele queira!
As filhas de Jerusalém:
5Quem é esta que sobe do deserto,
encostada tão aprazivelmente ao seu amado?
Ela
Debaixo da macieira,
onde a tua mãe te deu à luz,
aí eu te acordei.
6Põe-me como um selo sobre o teu coração,
grava-me como marca forte no teu braço.
Porque o amor é forte como a morte
e o ciúme cruel como o mundo dos mortos8.6 Sheol. Segundo o pensamento hebraico do Antigo Testamento, é o lugar dos mortos, mas não necessariamente como um sepulcro ou sepultura, que é um lugar de morte e definhamento, mas sim um lugar de existência consciente, embora sombria e infeliz..
Flameja como labaredas de fogo,
são labaredas da chama divina.
7Nem a água toda poderia apagar este amor;
tão-pouco enchentes de rios o poderiam fazer.
Alguém que quisesse comprar este amor,
com a riqueza toda que possuísse, não conseguiria.
Irmãos
8Temos uma irmã, pequenina,
que ainda não tem seios.
Que faremos à nossa irmã,
se alguém pretender pedi-la em casamento?
9Se ela for uma muralha,
construiremos sobre ela um palácio de prata;
se ela for uma porta,
cercá-la-emos com placas de cedro.
Ela
10Eu sou uma muralha.
Os meus seios são como torres.
Por isso, eu sou, aos seus olhos,
como aquela que lhe traz contentamento.
11Salomão teve uma vinha em Baal-Hamom
que entregou a uns rendeiros dali;
cada um dava-lhe mil peças de prata.
12Quanto à minha vinha, ó Salomão, trato eu dela!
Leva as tuas mil peças de prata
e eu darei duzentas aos guardas que se ocupam dela.
Ele
13Ó meu amor, que habitas em jardins,
os teus companheiros atentam para a tua voz!
Deixa-me ouvi-la também!
Ela
14Vem depressa, meu querido!
Faz-te semelhante à gazela, ao veado novo,
correndo sobre montes perfumados!
1¡Ah, si fueras mi propio hermano,
criado a los pechos de mi madre!
Al encontrarte en la calle podría besarte,
y nadie me juzgaría mal.
2Tomándote de la mano,
te llevaría a la casa de mi madre,
y me enseñarías el arte del amor.
Te daría a beber vino con especias,
y el néctar de mis granadas.
3¡Ojalá pudiera mi cabeza
reposar sobre su izquierda!
¡Ojalá su derecha me abrazara!
El amado
4Yo os ruego, mujeres de Jerusalén,
que no desveléis ni molestéis a mi amada,
hasta que ella quiera despertar.
Sexto Canto
El coro
5¿Quién es esta que sube por el desierto
apoyada sobre el hombro de su amado?
El amado
Bajo el manzano te desperté;
allí te concibió tu madre,
allí mismo te dio a luz.
La amada
6Grábame como un sello sobre tu corazón;
llévame como una marca sobre tu brazo.
Fuerte es el amor, como la muerte,
y tenaz la pasión, como el sepulcro.
Como llama divina
es el fuego ardiente del amor.
7Ni las muchas aguas pueden apagarlo,
ni los ríos pueden extinguirlo.
Si alguien ofreciera todas sus riquezas
a cambio del amor,
solo conseguiría el desprecio.
El coro
8Tan pequeña es nuestra hermana
que no le han crecido los pechos.
¿Qué haremos por nuestra hermana
cuando vengan a pedirla?
9Si fuera una muralla,
construiríamos sobre ella almenas de plata.
Si acaso fuera una puerta,
la recubriríamos con paneles de cedro.
La amada
10Una muralla soy yo,
y mis pechos, sus dos torres.
Por eso a los ojos de mi amado
soy como quien ha hallado la paz.
11Salomón tenía una viña en Baal Jamón,
que dejó al cuidado de aparceros.
Cada uno entregaba, por sus frutos,
mil monedas8:11 mil monedas de plata. Lit. mil [siclos] de plata. de plata.
12¡Quédate, Salomón, con las mil monedas,
y vosotros, aparceros, con doscientas,
pero mi viña solo a mí me pertenece!
El amado
13Tú, que reinas en los jardines,
pendientes de tu voz están nuestros amigos;
¡déjanos escucharla!
La amada
14¡Apresúrate, amado mío!
¡Corre como venado, como cervatillo,
sobre los montes de bálsamo cubiertos!