Ester 9:1-32, Ester 10:1-3 OL

Ester 9:1-32

Os judeus vingam-se dos seus inimigos

Assim, no dia 13 de Adar9.1 Décimo segundo mês do calendário judaico. Entre a lua nova do mês de fevereiro e o mês de março., o dia em que o decreto real deveria ser posto em execução, quando os inimigos dos judeus contavam aniquilá-los, sucedeu precisamente o contrário. Os judeus juntaram-se nas suas cidades em todas as províncias do império para se defenderem contra alguém que pretendesse feri-los; mas ninguém ousou fazê-lo, porque eram grandemente temidos. Todos os representantes da autoridade, governadores, altos funcionários e chefes políticos, deram o seu apoio aos judeus, com medo de Mardoqueu. Ele tinha ganho enorme prestígio, não só em Susã, como por todo o território imperial; tinha-se tornado muito poderoso.

Os judeus é que não se ficaram por ali; nesse tal dia mataram os seus inimigos. Só em Susã mataram 500 homens. Mataram também 10 filhos de Hamã, filho de Hamedata, o grande inimigo dos judeus: Parsandata, Dalfom, Aspata, Porata, Adalia, Aridata, Parmasta, Arisai, Aridai e Vaizata, mas não tocaram nas suas propriedades.

Nesse mesmo dia, depois do rei ter sido informado do número de mortos em Susã, ele mandou chamar a rainha Ester: “Os judeus mataram 500 dos seus inimigos, só aqui em Susã!”, exclamou. “E ainda os 10 filhos de Hamã! Se isso foi só aqui, o que não terá sido no resto das províncias! Diz-me o que mais pretendes; diz-me o que queres e se fará!”

“Se o rei não se importar”, disse ela, “que se permita aos judeus aqui em Susã continuar ainda amanhã aquilo que já fizeram hoje, e que os filhos de Hamã sejam pendurados em forcas.”

O rei concordou; o seu decreto foi publicado em Susã, e penduraram os corpos dos 10 filhos de Hamã. Os judeus da cidade tornaram a juntar-se e mataram mais 300 dos seus inimigos, mas não ficaram com as suas propriedades.

Entretanto, os judeus de outras partes do reino tinham-se juntado para se defenderem; passaram depois ao ataque e mataram 75 000 inimigos, que os odiavam, mas também não ficaram com os seus bens.

A celebração de Purim

Por toda a parte, foi feito o mesmo no dia 13 do mês de Adar. No dia seguinte descansaram, celebrando a sua vitória com festas e grande alegria. Só em Susã é que os judeus não descansaram no dia seguinte; mas repousaram no terceiro dia, no meio de festa e regozijo.

É por isso que, nas povoações sem muralhas, os judeus de todo o Israel têm até hoje uma celebração anual de dois dias em que mandam presentes uns aos outros.

Mardoqueu escreveu um relato de todos estes acontecimentos e enviou cartas aos judeus, de perto e de longe, em todo o território do império, encorajando-os a que estabelecessem uma festa anual nos dias 14 e 15 do mês de Adar, para poderem celebrar e trocar presentes nessa ocasião histórica em que os judeus foram salvos dos seus inimigos, em que a sua tristeza se transformou em satisfação e a sua angústia em felicidade.

Os judeus aceitaram a proposta de Mardoqueu e mantiveram essa comemoração como um costume, para nunca se esquecerem que Hamã, filho de Hamedata o agagita, o inimigo de todos os judeus, planeara a sua destruição numa altura tirada à sorte; para lhes lembrar também que o rei, ao ter conhecimento disso, mandara fazer um decreto que permitia neutralizar os planos de Hamã, a causa de ele e os seus filhos terem sido pendurados em forcas. É por essa razão que se dá o nome de Purim a esta celebração, porque na língua persa chama-se ao ato de tirar à sorte “pur”. Todos os judeus do reino concordaram em estabelecer regularmente essa comemoração, transmitindo-a aos seus descendentes e a todos os que se tornassem judeus. Declararam, assim, que nunca deixariam de celebrar estes dois dias na altura própria, tornando-se um acontecimento anual, observado de geração em geração por todas as famílias, nas cidades e no campo, a fim de que a memória do sucedido não se apagasse entre os seus descendentes.

Entretanto, a rainha Ester, filha de Abiail, prima de Mardoqueu e educada por ele, escreveu uma carta dando todo o seu apoio à carta que Mardoqueu tinha escrito, propondo também a comemoração da festa anual de Purim. Com estas, foram enviadas outras cartas a todos os judeus espalhados pelas 127 províncias do reino de Assuero. Eram mensagens de boa vontade e encorajamento, confirmando a comemoração de dois dias da festa de Purim, decretada tanto por Mardoqueu como pela rainha Ester. No fundo, os judeus já de si mesmo tinham acordado que se deveria estabelecer essa celebração com jejum e oração nacional. As ordens da rainha Ester apenas vieram confirmar as datas de celebração da festa de Purim e dar carácter legal ao assunto, e isto foi escrito num documento.

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Ester 10:1-3

O prestígio de Mardoqueu

O rei Assuero impôs o pagamento dum tributo, não só no seu território, mas também nas ilhas do mar. Os seus grandes feitos, assim como um relato completo da grandeza de Mardoqueu e das honras que lhe foram concedidas pelo imperador, estão escritos no Livro das Crónicas dos Reis da Média e da Pérsia. O judeu Mardoqueu tornou-se primeiro-ministro; a sua autoridade era exercida hierarquicamente, logo a seguir à do rei. Tornou-se, na verdade, um homem com imenso prestígio entre os judeus e respeitado por toda a gente da nação, por ter feito tudo o que pôde pelo seu povo e pela prosperidade da sua raça.

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